quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

SUICÍDIO: A transgressão e a insensatez

O suicídio é, para Sêneca, "...um ato de heroísmo". Já para Gothe, "...um ato próprio da natureza humana e, em cada época, precisa ser repensado". Rosseau, em seus estudos, admitiu que o suicídio é "...uma violação ao dever de ser útil ao próprio homem e aos outros". Na concepção de Sartre, "...uma fuga ou um fracasso".
O professor de Psicologia Social da PUC de São Paulo, Marcimedes Martins da Silva, assegura que "não há uma única resposta porque o caminho do suicídio é o da ambigüidade. Nele vida e morte se encontram, se complementam, se contradizem, repetindo este movimento infinitamente como as definições do próprio termo em torno de ódio e amor, coragem e covardia, etc".
Estudos produzidos pela Enciclopédia Delta de História Geral registra  que, em um ritual no ano 2.500 Antes de Cristo, doze pessoas beberam uma bebida envenenada e se deitaram para esperar a morte. Recorrendo a livros religiosos como a Bíblia, por exemplo, é possível também encontrar os registros de alguns suicidados famosos - Sansão, Abimelec, Rei Saul, Eleazar e Judas.
Marcimedes Martins da Silva adverte que, "partindo-se do pressuposto de que o suicídio é um processo em si mesmo que não termina com a morte e, ainda, que o suicídio é um gesto de comunicação, entende-se que o indivíduo se mata para relacionar-se com os outros e não para ficar só ou desaparecer. A morte é o único meio que o sujeito encontra para restabelecer o elo de comunicação com os outros". 
Fernando Sabino, na crônica intitulada "Suíte Ovalliana", conta que Jayme Ovalle, questionado a respeito do suicídio, disse: "É um ato de publicidade: a publicidade do desespero."

DESGOSTO PELA VIDA

Na concepção religiosa, o homem não tem o direito de dispor da própria vida. Somente Deus tem este direito. Por isso mesmo, o suicídio é uma transgressão da lei natural.
É importante que saibamos que tirar a própria vida é sempre um ato condenável, quer no aspecto religioso, quer no aspecto do Direito Natural e do Direito Penal, constituindo-se numa transgressãoNeste último caso, temos, como exemplo legislado, o suicídio instigado e o induzimento ao suicídio, penalmente puníveis, excluindo-se, portanto, o suicídio voluntário, que é inculpável, impunível.
Voltando ao tema do suicídio motivado-voluntário por "desgostar da vida", estudos apontam que se trata de uma insensatez. A doutrina especializada direciona que "o desgosto pela vida que se apodera de alguns indivíduos sem motivos aceitáveis é efeito da ociosidade e da falta de fé, que podem ser frutos da saciedade. O ocioso que se suicida deveria ter se dedicado ao trabalho, porque assim a existência não lhe teria sido tão pesada. O trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente para quem usa de seus atributos com fins úteis e de acordo com suas aptidões naturais. Quem ocupa seu tempo suporta as contingências da vida com mais paciência e resignação, ao mesmo tempo que trabalha objetivando a felicidade mais sólida e mais durável que o espera na vida futura".
"A religião, a moral, todas a filosofias condenam o suicídio como contrário à lei natural. Todas nos dizem, em princípio, que não temos o direito de abreviar voluntariamente nossas vidas. Mas por que não nos é dado este direito? Por que não somos livres para pormos um fim em nossos sofrimentos? O Espiritismo pode nos dar a resposta, pois demonstra pelo testemunho dos que sucumbiram pelo suicídio que este ato não se constitui apenas em infração a uma lei moral, consideração que pouco importa a certos indivíduos, mas sim num ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica, muito pelo contrário. Assim sendo, não é através da teoria que isto nos é ensinado, mas sim pelos próprios fatos que os espíritos de suicidas expõem sob nossas vistas (in Boletim GEAE - Número 408)

O AMOR AO PRÓXIMO

Na China, em data de 20 de junho de 2011, moradores da cidade de Shenzhen viram um ato heróico e muito bonito de uma jovem. Liu Wenxiu, de 19 anos, conseguiu salvar um menino de 16 anos que queria se jogar de uma passarela com um beijo na boca. Liu estava passando pelo local quando se deparou com o drama do adolescente, que estava pendurado em uma passarela com uma faca à mão. Ela conseguiu se aproximar dizendo à polícia que era namorada dele e a razão pela qual ele queria se matar. Quando beijou o suicida, a polícia interviu e salvou o adolescente. O amor ao próximo e a sensatez prevaleceram!

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